HERPES 6 E 7
ROSÉOLA (EXANTEMA SÚBITO)
A roséola infantil, também chamada de exantema súbito ou sexta doença, é uma virose comum durante a infância, que se manifesta através de manchas vermelhas na pele que surgem após alguns dias de febre alta. Trata-se de virose benigna, de curta duração e com baixa taxa de complicações.
Os vírus responsáveis na maioria dos casos são os herpesvírus humano 6 (HHV-6) e herpesvírus humano 7 (HHV-7)
O exantema súbito ocorre em bebês. Cerca de 90% dos casos ocorrem em crianças entre 6 meses e 2 anos. Antes dos 6 meses a doença é rara, pois o bebê ainda está protegido pelos anticorpos que recebeu das mães.
Meninos e meninas são acometidos com igual frequência. Ao contrário da maioria das viroses, que surgem no inverno, o exantema súbito pode surgir em qualquer época do ano.
Ao final da infância, praticamente todo mundo já terá tido algum contato com o vírus, mesmo aqueles que se infectaram, mas não chegaram a desenvolver os sintomas.
TRANSMISSÃO
A transmissão da roséola é feita habitualmente de pessoa para pessoa através do contato com secreções das vias respiratórias, principalmente pela saliva. Espirros, tosse, beijos, contato com perdigotos ou brinquedos que vão à boca e são compartilhados com outras crianças são fontes potenciais de contágio.
Na maioria dos casos, os pacientes não conseguem identificar a origem da transmissão, pois esta se dá frequentemente através de indivíduos que são portadores assintomáticos do vírus.
SINTOMAS
Para aquele pequeno grupo que irá desenvolver sintomas, o período médio de incubação da roséola é de 10 dias.
O quadro clínico inicia-se habitualmente com febre alta, que pode ultrapassar os 40ºC. A febre pode vir acompanhada de outros sinais e sintomas, tais como dor de ouvido, aumento dos linfonodos do pescoço, irritação, perda do apetite, nariz entupido, dor de garganta ou diarreia.
Do mesmo jeito que surge subitamente, após 3 a 5 dias de temperaturas altas, a febre também vai embora.
O sinal mais característico da roséola é o surgimento súbito de manchas vermelhas na pele após a resolução da febre, daí a doença também ser conhecida como exantema súbito. O exantema da roséola não coça nem provoca dor.
A exantema da roséola inicia-se no pescoço e no tronco e depois espalha-se para membros e face. As lesões são habitualmente compostas por múltiplas pequenas manchas avermelhadas, de 0,5 centímetros, que podem ser planas ou com discreto relevo. A exantema dura de 1 a 2 dias, mas em alguns casos pode durar apenas poucas horas.
Além do exantema que surge logo após o desaparecimento da febre, os pacientes com exantema súbito também costumam apresentar:
- Aumento dos linfonodos – 98%.
- Inflamação da membrana timpânica – 93%.
- Irritabilidade – 92%.
- Manchas Nagayama (machas avermelhadas na úvula e no palato) – 87%.
- Perda do apetite – 80%.
- Abaulamento da fontanela – 26%.
- Diarreia – 15%.
- Tosse – 11%.
- Convulsão febril – 4%.
A roséola cura-se espontaneamente sem provocar complicações na maioria dos casos. Em algumas crianças, porém, a febre muito alta pode desencadear episódios de crise convulsiva. Apesar de ser um quadro bastante assustador para os pais, as crises são autolimitadas e não provocam problemas maiores na imensa maioria dos casos.
Os vírus HHV-6 e HHV-7 também podem provocar outra forma de exantema cutâneo, conhecido como pitiríase rósea. Esta manifestação acomete preferencialmente crianças mais velhas e adultos jovens).
DIAGNÓSTICO
Na maioria dos pacientes, a roséola é diagnosticada clinicamente, devido à sua típica apresentação de febre por 3 a 5 dias seguida de manchas vermelhas cutâneas em criança com menos de 3 anos. Antes disso, é muito difícil estabelecer o diagnóstico, pois os sintomas são os mesmos que os de qualquer virose comum.
Raramente, o médico pode pedir sorologia, que é exame indicado para evidenciar a presença de anticorpos contra a roséola no sangue.
TRATAMENTO
A roséola é quadro benigno e auto-limitado, e a maioria das crianças já se encontra curada dentro de uma semana após o surgimento da febre.
O tratamento indicado, portanto, é apenas repouso, boa hidratação e controle da febre com analgésicos comuns, tais como paracetamol ou dipirona.
REFERÊNCIAS
Trembly C, Brady NT. Human herpesvirus 6 infection in children: clinical manifestations, diagnosis, and treatment. UPTodate, 2021: pg 1-18.
Y Asano , T Yoshikawa, S Suga, I Kobayashi, T Nakashima, T Yazaki, Y Kajita, T Ozaki. Clinical features of infants with primary human herpesvirus 6 infection (exanthem subitum, roseola infantum). Pediatrics 1994 Jan;93(1):104-8.
Tanaka-Taya K, Kondo T, Mukai T, Miyoshi H, Yamamoto Y, Okada S, Yamanishi K. Seroepidemiological study of human herpesvirus-6 and -7 in children of different ages and detection of these two viruses in throat swabs by polymerase chain reaction.J Med Virol. 1996 Jan;48(1):88-94.